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© Lula Marques/ Agência Braasil.
Brasil

PF aponta que ex-presidente do INSS recebia propina mensal de R$ 250 mil, diz investigação

Operação Sem Desconto revela esquema envolvendo empresas de fachada, convênios irregulares e pagamentos entre 2023 e 2024

Luan

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© Lula Marques/ Agência Braasil.

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A Polícia Federal revelou nesta quinta-feira (12) novos detalhes sobre um esquema de corrupção que teria funcionado dentro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo relatório que embasa a nova fase da Operação Sem Desconto, o ex-presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, recebia valores de propina que chegavam a R$ 250 mil por mês enquanto ocupava o comando da autarquia.

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De acordo com a PF, os repasses ocorreram principalmente entre junho de 2023 e setembro de 2024, período em que Stefanutto exercia o cargo. Ele foi preso na ofensiva deflagrada nesta manhã. Os investigadores afirmam que Stefanutto, chamado nos bastidores do esquema de “O Italiano”, utilizava empresas de fachada para mascarar a origem dos recursos ilícitos.

Os pagamentos mensais eram lançados como supostos honorários de consultoria ou serviços técnicos, mas, segundo a PF, tratavam-se de propinas ligadas à manutenção de convênios entre o INSS e a Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares).

O ex-presidente, ainda conforme o relatório, teria atuado como um facilitador institucional dentro do órgão, garantindo que o convênio permanecesse ativo mesmo diante de alertas técnicos internos sobre irregularidades — entre elas, listas de filiados inconsistentes e possíveis falsificações de autorizações de desconto em benefícios.

A PF aponta que Stefanutto autorizava o processamento de cadastros encaminhados pela Conafer sem observar requisitos legais, especialmente a verificação da manifestação de vontade dos beneficiários. Com isso, contribuiu para que o grupo investigado mantivesse o fluxo de pagamentos irregulares.

O relatório também identifica o operador financeiro do esquema: Cícero Marcelino de Souza Santos, responsável por intermediar os repasses por meio das empresas usadas na lavagem dos recursos.

A Operação Sem Desconto segue em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e aprofundar a apuração sobre o esquema que pode ter provocado prejuízos a milhares de segurados do INSS.


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